Joel Santana sempre foi o técnico da confiança de Romário. Ambos trabalharam juntos em Vasco, Flamengo e Fluminense, mas neste sábado estarão em lados opostos. Enquanto o treinador comanda o Botafogo pela primeira vez à beira do gramado desde o seu retorno, o Baixinho estará num dos camarotes do Engenhão observando Bebeto e os jogadores do América, clube do qual é dirigente. A partida, válida pela quinta rodada da Taça Guanabara, será transmitida ao vivo para todo o Brasil pelo PFC 3. O GLOBOESPORTE.COM acompanha em Tempo Real, a partir das 17h (de Brasília). Ainda de certa forma abalado pela derrota por 6 a 0 sobre o Vasco, o Botafogo retorna ao Engenhão, local do vexame, para continuar sua recuperação. Após vencer por 2 a 1 o Tigres, na última rodada, o Alvinegro, que soma nove pontos, precisa da vitória para retornar ao segundo lugar do Grupo B e passar o Madureira, que leva vantagem no saldo de gols. Já a equipe do tetracampeão Bebeto ainda sonha com a classificação para a semifinal. O América é o quarto colocado e está a cinco pontos do adversário deste sábado. Depois do placar desastroso no clássico, vitória e atuação convincente tornaram-se urgências para o Botafogo. A necessidade de conquistar um bom resultado e passar confiança para a torcida fazem com que Joel Santana deixe de lado, pelo menos por 90 minutos, sua amizade de longa data com Romário. O treinador, entretanto, garante que uma possível vitória alvinegra neste sábado não vai mudar o bom relacionamento de ambos. - O Romário vai tratar da vida dele, e eu da minha. Claro que ele quer vencer, mas eu também. Somos parceiros de muitos anos, e depois da partida a gente se abraça e sai para jantar. De qualquer maneira, tenho certeza de o Romário terá sucesso em qualquer rumo que tomar dentro do mundo do futebol - disse o técnico, que chegou a ser cogitado como possível comandante da equipe rubra depois que foi demitido da seleção da África do Sul.
Botafogo tem três desfalques para jogo deste sábado.
Agora como treinador, Bebeto duela com Joel Santana no Engenhão
Joel Santana admitiu ainda não ter acompanhado com muita atenção o desempenho de Bebeto agora como treinador. No entanto, disse confiar no futuro daquele que comandou no Flamengo, em 1996, mas sabe que a amizade será deixada de lado quando a bola rolar. - Assim como o Romário, Bebeto é uma pessoa a quem respeito muito. Ainda vai errar, acertar e encontrar seu caminho, pois é inteligente e tem bom coração. Mas neste sábado o América será uma pedra no nosso caminho - ressaltou.
Joel Santana retorna ao Rio em busca de recorde de títulos. Substituto de Estevam Soares, demitido no dia seguinte à goleada do Vasco, Joel Santana comandou, desde a sua chegada, apenas um treinamento com todo o elenco. Por isso, confessou que definirá apenas neste sábado os substitutos de Leandro Guerreiro e Fahel, suspensos. Outro desfalque certo é o goleiro Jefferson, que sofreu uma pancada na perna direita. Renan será o dono da camisa 1. Para a partida deste sábado, a maior preocupação do técnico Bebeto é com os jogadores menos experientes. Por isso, deve relacionar para o jogo o zagueiro Fábio Braz (ex-Vasco) e o lateral Luciano Almeida (ex-Botafogo). O treinador deve manter a formação que empatou em 2 a 2 com o Resende, na última rodada do Campeonato Carioca.
Ficha técnica:
BOTAFOGO
Renan, Alessandro, Antônio Carlos, Wellington e Marcelo Cordeiro; Somália, Diguinho (Fábio Ferreira), Lucio Flavio e Renato; Herrera e Loco Abreu. Técnico: Joel Santana
AMÉRICA
Roberto, Claudemir, Ciro, Evandro e Gerson; Mael, Júnior, Osmar e Jones Carioca; Adriano e Daniel Morais. Técnico: Bebeto
Estádio: Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ). Data: 30/01/2010. Árbitro: Luís Antônio Silva dos Santos. Auxiliares: Daniel do Espírito Santo Perro e Rodrigo Figueiredo Correa.
Transmissão: O PFC 3, pelo sistema pay-per-view, mostra para todo o Brasil.
Tempo Real: O GLOBOESPORTE.COM acompanha a partir de 17h (de Brasília
sábado, 30 de janeiro de 2010
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HISTÓRIAS DE TORCEDOR!
Uma frase muito utilizada pelos militares e politicos diz que "não há glória sem luta". Se tiver que adaptá-la para nós, botafoguenses, diria:"Não há glória sem sofrimento".Corremos o risco de ficar mal acostumados com Garricha e Nilton Santos , quando os resultados vinham sem sofrimento.Mas mesmo eles , como que atentos observadoresda sina em branco e preto , nos davam um período para sofrer.Assim foi entre 57 e 61 e entre 62 e 67. Mas, depois, não precisavam exagerar! Foram quase duas décadas de sofrimentos sem glória. As vezes já prontos para digerir, vinha uma mãozinha boba e derramava o leite da vitória, como em 71.Por isso,a natural e exagerada superstição alvinegra. Natural pela lógica do sofrimento. Exagerado, porque é uma superstição móvel: se uma não dá certo, troca-se por outrae vai-se em frente até a próxima vitória ou a próxima derrota. Na época das vitórias, as camisas que deram certo andam quase sozinhas pelo rigoroso excesso de uso e pela inprescindível não lavagem. Na derrota a camisa engomada pelo suor vai para o lixo com a maior facilidade.SE perguntar a qualquer um de nos se quer ser diferente, a resposta é não.Uns dizem que é muito chato não sofrer. E argumentam: "E como ver um filme pela segunda vez." Se perguntar a qualquer um de nós por que superstições móveis e transitórias, a resposta vem pronta"É bom, é mágico." Imaginem como é bom pensar que o esforço do adversário é inútil frente à camisa não lavada ou a um amuleto apertado na mão.A Torcida do Botafogo, neste sentido, é a única que participa jogando com o time e não apenas torcendo. O adversário chutou por cima da trave não porque a marcação era boa, ou porque tenha errado, mas porque o amuleto mágico entrou em campo e descolou levemente o bico da chuteira.É este mundo mágico de vitórias gloriosas e sofridas que nos dá prazer. O Botafogo não é o melhor ou pior. É diferente. Como ? Quem foi o responsável pelo Campeonato Brasileiro de 95 ? A resposta é fácil: uma concentração de amuletos e manias embargadas no avião do presidente da FIFA que vinha para o Brasil. O doutor Havelange trazia dois jogadores brasileiros que estavam na Suiça: Luiz Henrique e Túlio. De longe, o melhor currículo era do jogador da seleção brasileira, o Luiz Henrique. Era lógico para todos, menos para nós. O Túlio teve seu percurso desviado e acabou artilheiro absoluto. Mas há uma superstição que vive no Botafogo desde sempre: só seriamos campeões se tivéssemos um ex-jogador do Flamengo. Terminado o jogo com o Santos, fim do nosso sofrimento e início da nossa glória , encontrei um grupo que urrava: "Obrigado, Flamengo, mais uma vez." Curioso perguntei por quê ? A resposta não tardou: "Mais importante que ser campeão é a escrita funcionar ." Fomos campeões com Gotardo, como tínhamos sido em 57 com o Servilio, ou em 61/62 com o Jadir e em 67/68 com o Paulo Cesar e o Gerson. Aos berros o grupo concluiu: "Graças a Deus, graças a Deus, a escrita funcionou."Cesar MaiaPublicado no jornal "OGLOBO" de 28/12/1995 UENSES: TORCEDORES
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