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terça-feira, 28 de setembro de 2010

100 anos do primeiro título

CAMPEÕES DE 1910
O ano de 1910 é marcante para a história do Botafogo. Tanto que é destacado no hino do clube, composto por Lamartine Babo. Naquele ano, o então Botafogo Football Club ganhou o Campeonato Carioca. Considerado, na época, o primeiro título do Alvinegro. A conquista de 1907 só seria oficializada 89 anos depois, em 1996.
A histórica conquista de 1910 se torna centenária neste sábado. Em 25 de setembro de 1910, o Alvinegro goleou o Fluminense por 6 a 1 e assegurou o título com uma rodada de antecipação.
A campanha do Botafogo há cem anos começou com um tropeço: derrota para o América por 4 a 1. Mas a partir da segunda rodada, a equipe fez uma campanha  impecável, vencendo os nove jogos restantes, demonstrando um grande poder ofensivo. Em dez partidas, foram 66 gols marcados e apenas nove sofridos.
Goleadas não faltaram. A maior vitíma foi o Riachuelo, que perdeu por 9 a 1 no primeiro turno. E sofreu uma derrota ainda maior no returno: Botafogo 15 a 1. Com direito a sete gols de Abelardo de Lamare.

O atacante foi o artilheiro da competição, com 22 gols. Três marcados no jogo decisivo contra o Fluminense, disputado no antigo campo localizado na Rua Voluntários da Pátria. Décio Viccari (dois) e Mimi Sodré marcaram os outros tentos alvinegros. Lulu Rocha fez, contra, o gol de honra do Flu.
No dia seguinte, manchetes na imprensa carioca destacavam o feito do Botafogo, chamando-o de “Glorioso campeão de 1910″. Surgia então, há 100 anos, o apelido que acompanha o clube até hoje.

Campanha do Botafogo no Carioca de 1910


Jogos – 10
Vitórias – 9
Derrota – 1
Gols pró – 66
Gols sofridos – 9
Saldo de gols – 57

22/5 – América 4 x 1 Botafogo

5/6 – Botafogo 9 x 1 Riachuelo
26/6 – Fluminense 1 x 3 Botafogo
3/7 – Botafogo 7 x 0 Haddock Lobo
10/7 – Botafogo 6 x 0 Rio Cricket
7/8 – Rio Cricket 0 x 5 Botafogo
4/9 – Riachuelo 1 x 15 Botafogo
11/9 – Botafogo 3 x 1 América
25/9 – Botafogo 6 x 1 Fluminense
2/10 – Haddock Lobo 0 x 11 Botafogo

Jogo do título:




Botafogo 6 x 1 Fluminense

Data: 25/9/1910
Local: Rua Voluntários da Pátria
Árbitro: A. W. Hassell

Gols: Abelardo de Lamare (3), Décio Viccari (2), Mimi Sodré (Botafogo) e Lulu Rocha (contra)

Botafogo: Coggin, Edgard Pullen e Dinorah; Rolando de Lamare, Lulu Rocha e Lefévre; Emmanuel Sodré, Abelardo de Lamare, Décio Viccari, Mimi Sodré e Lauro Sodré.

Fluminense: Waterman, Ernesto Paranhos e Félix Frias; Nery, Gallo e Mutzenbecher; Millar, Oswaldo Gomes, Edwin Cox, Gilbert Hime e Alberto Borgerth.

Classificação:


1) Botafogo – 18 pontos
2) Fluminense – 15
3) América – 14
4) Riachuelo – 6
5) Rio Cricket – 5
6) Haddock Lobo – 2


Fonte da pesquisa:

MEMÓRIA E.C do GLOBO.COM

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HISTÓRIAS DE TORCEDOR!

Uma frase muito utilizada pelos militares e politicos diz que "não há glória sem luta". Se tiver que adaptá-la para nós, botafoguenses, diria:"Não há glória sem sofrimento".Corremos o risco de ficar mal acostumados com Garricha e Nilton Santos , quando os resultados vinham sem sofrimento.Mas mesmo eles , como que atentos observadoresda sina em branco e preto , nos davam um período para sofrer.Assim foi entre 57 e 61 e entre 62 e 67. Mas, depois, não precisavam exagerar! Foram quase duas décadas de sofrimentos sem glória. As vezes já prontos para digerir, vinha uma mãozinha boba e derramava o leite da vitória, como em 71.Por isso,a natural e exagerada superstição alvinegra. Natural pela lógica do sofrimento. Exagerado, porque é uma superstição móvel: se uma não dá certo, troca-se por outrae vai-se em frente até a próxima vitória ou a próxima derrota. Na época das vitórias, as camisas que deram certo andam quase sozinhas pelo rigoroso excesso de uso e pela inprescindível não lavagem. Na derrota a camisa engomada pelo suor vai para o lixo com a maior facilidade.SE perguntar a qualquer um de nos se quer ser diferente, a resposta é não.Uns dizem que é muito chato não sofrer. E argumentam: "E como ver um filme pela segunda vez." Se perguntar a qualquer um de nós por que superstições móveis e transitórias, a resposta vem pronta"É bom, é mágico." Imaginem como é bom pensar que o esforço do adversário é inútil frente à camisa não lavada ou a um amuleto apertado na mão.A Torcida do Botafogo, neste sentido, é a única que participa jogando com o time e não apenas torcendo. O adversário chutou por cima da trave não porque a marcação era boa, ou porque tenha errado, mas porque o amuleto mágico entrou em campo e descolou levemente o bico da chuteira.É este mundo mágico de vitórias gloriosas e sofridas que nos dá prazer. O Botafogo não é o melhor ou pior. É diferente. Como ? Quem foi o responsável pelo Campeonato Brasileiro de 95 ? A resposta é fácil: uma concentração de amuletos e manias embargadas no avião do presidente da FIFA que vinha para o Brasil. O doutor Havelange trazia dois jogadores brasileiros que estavam na Suiça: Luiz Henrique e Túlio. De longe, o melhor currículo era do jogador da seleção brasileira, o Luiz Henrique. Era lógico para todos, menos para nós. O Túlio teve seu percurso desviado e acabou artilheiro absoluto. Mas há uma superstição que vive no Botafogo desde sempre: só seriamos campeões se tivéssemos um ex-jogador do Flamengo. Terminado o jogo com o Santos, fim do nosso sofrimento e início da nossa glória , encontrei um grupo que urrava: "Obrigado, Flamengo, mais uma vez." Curioso perguntei por quê ? A resposta não tardou: "Mais importante que ser campeão é a escrita funcionar ." Fomos campeões com Gotardo, como tínhamos sido em 57 com o Servilio, ou em 61/62 com o Jadir e em 67/68 com o Paulo Cesar e o Gerson. Aos berros o grupo concluiu: "Graças a Deus, graças a Deus, a escrita funcionou."Cesar MaiaPublicado no jornal "OGLOBO" de 28/12/1995 UENSES: TORCEDORES